Paulo Silveira, 2008,
em seu livro A página violada – Da ternura à injúria na construção do livro de
artista, aborda os instrumentos que conceitualizam e caracterizam a obra como
pertencente à categoria Livro de Artista, embora deixa claro que seja difícil
dizer com precisão quando ele surgiu como objeto da arte. Mas afirma:
[…] a Caixa Verde, de Marcel Duchamp (1934), é
um claro livro de artista (ou, mais especificamente, livro-objeto). Assim como
também o são os livros de William Blake, publicados entre 1788 e 1821, ou
quarquer dos cadernos de Leonardo da Vinci, executados no século 15 e começo do
16, sem possibilidade de publicação.
(SILVEIRA,
2008, p. 30)
O autor diz que no
final do século XX a autonomia desse tipo de obra é legitimada e, a partir dos
anos 60, começa o processo de mutação causada pelo surgimento de novos
conceitos, sendo nos anos 70 a época que começa a ter o maior conhecimento
sobre livro de artista, devido ao aumento de suas considerações teóricas e
divulgação nos meios de comunicação e, nos anos 80 esta categoria artística já
está firmada, ainda assim, “ainda nos anos 90 existem pequenos desentendimentos
conceituais em face da pesistência das novas soluções matéricas” (SILVEIRA,
2008, p. 30), ou seja, surgem novas soluções para se conceber um livro.
Ainda segundo SILVEIRA,
2008, a produção das obras de livro de artista é dividida por duas vertentes,
na qual na primeira são as obras que se comportam como suporte, sendo peças
múltiplas e impressas. Na segunda, são as obras que se comportam como “matéria
plasmável”, formado pelos livros-objetos que são normalmente peças únicas,
fortemente artesanais ou escultóricas.
Suellen Vilela
Nenhum comentário:
Postar um comentário